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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Caixas-pretas do avião da Air France chegam a Paris

BEA diz que estado das gravações será conhecido na próxima semana

Uma das caixas-pretas do voo Rio-Paris é apresentada a dezenas de jornalistas em um contêiner transparente com água

As duas caixas-pretas do A330 da Air France, que em 2009 caiu no oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo, chegaram nesta quinta-feira (12) à França, onde na próxima segunda-feira (16) será possível saber se as informações dos aparelhos podem ser recuperadas. A afirmação é do diretor do Escritório de Investigações e Análises (BEA), Jean Paul Troadec, segundo a agência de notícias France Presse e o jornal Le Figaro.

- Na segunda-feira vamos anunciar em que situação estão as caixas pretas que registram os parâmetros de voo e as conversas na cabine dos pilotos.

Troadec disse ainda acreditar "bastante" que o BEA possa utilizar os dados das duas caixas-pretas, que devem permitir esclarecer as causas da tragédia aos investigadores do organismo francês, responsável por determinar os motivos dos acidentes aéreos.

As duas caixas, que na verdade têm a cor laranja, foram apresentadas a dezenas de jornalistas em pequenos contêineres transparentes com água.

Elas agora estão sob custódia da polícia, em consequência da investigação judicial aberta na França sobre o acidente, pelo qual a construtora aeronáutica europeia Airbus e a Air France foram acusadas de homicídio culposo.

O BEA considera que uma falha nas sondas (sensores de velocidade) Pitot do fabricante francês Thales foi um dos fatores do desastre que fez 228 vítimas, entre elas 72 franceses e 59 brasileiros.

Aparelhos serão abertos perante oficial da polícia judiciária

Segundo a rede britânica BBC, os aparelhos serão abertos na tarde de hoje na presença de um oficial da polícia judiciária na sede do BEA, em Le Bourget (arredores de Paris).

O primeiro passo será limpar e secar as caixas -pretas, o que deve levar dois dias, antes que se possa tentar extrair os dados contidos nos cartões de memória até o fim desta semana.

Todo o processo pode levar cerca de quatro dias se os microchips internos não tiverem sofrido corrosão ou outro tipo de dano.

A associação das vítimas brasileiras quer que a investigação ocorra num país neutro, e não na França, temendo interferência política no caso.

Resgate dos corpos será retomado no dia 20 



O BEA também anunciou que vários corpos ainda estão no fundo do mar. Os técnicos franceses chegaram a resgatar o cadáver de duas vítimas na última semana, mas decidiram paralisar a operação até o próximo dia 20.

Na última segunda-feira (9), a Justiça francesa decidiu limitar o resgate dos corpos, por “compreender que os corpos das vítimas que repousam no fundo do mar estão inevitavelmente em estado de deterioração depois do choque violento, do tempo decorrido e do ambiente”.

A informação provocou a revolta de alguns familiares.

Busca foi retomada em abril

A delicada operação de resgate das caixas-pretas começou no último dia 26 de abril. No final de março, o BEA anunciou que havia localizado, a 3.900 m de profundidade, novos destroços do acidente, ao norte da posição conhecida de onde caiu o avião AF 447, que fazia a rota Rio-Paris.

O órgão anunciou que iria lançar uma nova e última fase de buscas em uma zona de 10 mil km2, ou seja, em um raio de 75 km em torno da última posição conhecida do acidente.

Até hoje as causas do acidente não foram esclarecidas, embora o BEA já tenha constatado que as sondas Pitot para medir a velocidade da aeronave falharam. A Air France substituiu esse tipo de sondas em todos os seus aviões após o desastre de 2009.

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